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Basquiat: um gênio rebelde - Mundo das Artes

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Basquiat: um gênio rebelde

Quem foi Jean-Michel Basquiat

Jean-Michel Basquiat foi um importante artista plástico, considerado um dos principais do Neo-expressionismo. Ganhou muita popularidade e admiração do público com seus quadros críticos, que retratavam temas políticos e sociais.

O artista trabalhava com pintura, música, televisão e cinema. Começou produzindo sua arte nas ruas e logo ganhou espaço nos grandes museus e em leilões internacionais.

Jean-Michel nasceu no Brooklyn, Nova York, em 22 de dezembro de 1960. Seu pai, Gérard, nasceu no Haiti e sua mãe, Matilde, era de Porto Rico. Era considerado um menino prodígio e, aos 11 anos, já falava inglês, espanhol e francês.

Desde cedo, mostrou um grande talento para a arte e foi influenciado pela sua mãe a desenhar, pintar e participar de diversas atividades artísticas. Matilde o levava para museus de arte em Manhattan e o matriculou como membro júnior do Brooklyn Museum of Art.

Aos oito anos, enquanto brincava na rua, Jean-Michel foi atropelado por um carro, quebrou um braço e sofreu várias lesões internas. Enquanto se recuperava em casa, sua mãe lhe deu o livro Gray’s Anatomy. Os desenhos anatômicos detalhados no livro serviram de inspiração para o artista e, algum tempo depois, Basquiat nomeou sua banda de “Noise Rock” em homenagem à essa influência.

Depois que seus pais se separaram, Basquiat e suas duas irmãs mais novas foram criadas pelo pai. Sua mãe foi internada em um hospital psiquiátrico quando ele tinha dez anos e passou a vida dentro de várias instituições que cuidavam da saúde mental. 

Aos 15 anos, o artista fugiu de casa, mas acabou sendo preso e devolvido ao seu pai poucos dias depois. Aos 17, abandonou a escola de Ensino Médio, faltando menos de um ano para se formar, passou a frequentar uma escola secundária alternativa em Manhattan e foi expulso de casa pelo seu pai. Basquiat foi morar com amigos no Brooklin e se sustentava vendendo suas artes, camisetas e cartões postais nas ruas.

Arte de Rua

Em 1978, aos 17 anos, Basquiat e seu amigo Al Diaz, começaram a escrever grafites em prédios de Manhattan usando o pseudônimo SAMO, que significava “mesma velha merda”.

O pseudônimo foi criado a partir de uma conversa que Basquiat teve com Al Diaz enquanto usavam maconha, que chamavam de “same old shit”. Depois encurtaram a frase para “same old” e abreviaram para “SAMO”.

Os grafites de Basquiat causavam curiosidade nas pessoas, principalmente pelo conteúdo das mensagens grafitadas. Desta forma, o veículo Village Voice publicou um extenso artigo sobre as escrituras do artista.

Neste período, Basquiat e Diaz se desentenderam e terminaram sua amizade, causando o término do projeto SAMO com o epitáfio “SAMO IS DEAD”, inscrito nas paredes dos edifícios do SoHo em 1979.

A arte de Basquiat, que era considerada um “primitivismo intelectualizado”, retrata esqueletos, rostos apavorados, mascarados, edifícios, carros, policiais, ícones negros do boxe e da música, cenas da vida urbana, colagens, rabiscos, sempre com pinceladas rápidas e nervosas, em cores fortes e em telas grandes. Quase sempre pessoas negras são retratadas em meio ao caos.

A amizade entre Basquiat e Andy Wahrol

Em 1979, Basquiat tentou por diversas vezes, sem sucesso, chamar a atenção de Andy Warhol. Para o astro da Pop Art, Basquiat era apenas mais um artista em busca de reconhecimento nos Estados Unidos.

Somente em 1982, no terceiro encontro entre os dois, Basquiat foi recebido com atenção por Wahrol, que era o grande astro da época. Warhol recebeu o jovem com um retrato, como sempre fazia com os artistas novatos. A foto inspirou Basquiat a pintar o autorretrato Dos Cabezas (1982), que despertou a atenção de Wahrol um tempo depois.

Assim, nasceu uma grande amizade, uma interessante parceria e uma fantástica colaboração criativa que resultou em 160 telas entre 1984 e 1985.

Fama e Sucesso

Em 1979, Basquiat ganhou status de celebridade na cena artística de Manhattan por suas aparições frequentes no programa de televisão TV Party.

No fim de 1979, Basquiat formou uma banda chamada Gray, junto com o músico e ator Vincent Gallo. Passaram a tocar em vários clubes famosos, como o Max’s Kansas City, por exemplo.

Em junho de 1980, Basquiat participou do The Times Square Show, uma exposição multiartística patrocinada pela Collaborative Projects Incorporated (Colab) e pela Fashion Moda. Ele foi notado por vários outros artistas, críticos e curadores, além de ter sido mencionado em um artigo da Art in America.

Ainda em 1980 Basquiat participou de um filme chamado “Downtown 81”. Em 1981 vendeu sua primeira pintura, “Cadillac Moon”, por US$ 200 e também apareceu como disc jockey no videoclipe de “Blondie”.

O artista continuou a ter exposições individuais internacionais em 1986 e, aos 25 anos, se tornou o artista mais jovem a receber uma exposição individual na Kestner-Gesellschaft em Hannover.

Em meados dos anos 1986, Basquiat faturava cerca de U$1.4 milhão por ano e recebia quantias de U$40.000 de negociantes de arte. Apesar do sucesso, sua instabilidade emocional ainda era constante. Quanto mais dinheiro ganhava, mais esbanjava, mais perdido ficava e se envolvia com drogas cada vez mais pesadas.

Principais Obras

Ironia do Policial Negro (1981)

Uma das obras mais famosas de Basquiat, em que o artista faz duras críticas ao racismo presente nos Estados Unidos. Na ocasião, ele já questionava os motivos que levariam um homem negro a fazer parte de uma polícia racista.

Pássaro no Dinheiro (1981)

A obra é uma homenagem ao saxofonista e compositor de jazz Charlie Parker, um dos seus grandes ídolos. O músico era conhecido como “pássaro” e está representado na pintura como uma ave.

Pescaria (1981)

Esta é umas das obras de grafite mais populares de Basquiat. Nela, pode-se observar perfeitamente o estilo neo-expressionista do pintor, através das cores vivas, das pinceladas rápidas e da figura de grandes dimensões.

Crânio (1981)

Durante sua carreira, Basquiat fez várias representações de caveiras e crânios humanos. Uma explicação para esse tema seria o fato de que, durante a infância, o artista foi atropelado, quebrou o baço e precisou fazer uma operação, o que teria marcado sua vida e suas memórias.

Cabeza (1982)

Esta obra mostra mais uma vez o interesse de Basquiat pela anatomia humana, representada em muitos desenhos e pinturas de corpos e crânios. Especula-se que “Cabeza” é um auto-retrato do artista, pela imagem dos cabelos com tranças penteadas para o lado, como o artista costumava usar.

Boxeador (1982)

O boxe é um tema que surge diversas vezes na obra de Basquiat, como retratado em uma famosa sessão fotográfica que o artista fez com Andy Warhol. No boxe, reinavam alguns homens negros que eram seus ídolos, como Joe Louis e Muhammad Ali, por exemplo.

Aborígene (1984)

A obra é uma colagem combinada com acrílico sobre a tela. Essa foi a forma mais comum de Basquiat criar ao longo de sua carreira. Ele sempre procurava métodos alternativos para utilizar em seu trabalho, pois suas ideias eram carregadas de criatividade e curiosidade.

Cavalgando com a Morte (1988)

 Pintura que fez parte da última exposição do artista, que faleceu logo depois. Aqui, já não se vê mais a energia e as cores vivas das obras passadas. A morte foi representada numa época em que Basquiat estava desequilibrado e destruído, por conta do consumo de cocaína e heroína.

As Coroas de Basquiat

“A coroa de Jean-Michel tem três picos, para suas três linhagens reais: o poeta, o músico, e o grande campeão de boxe.” (Francesco Clemente, amigo de Basquiat).

A coroa era o grande símbolo artístico de assinatura de Basquiat. Ela reconhecia e desafiava a história e a evolução de toda a arte ocidental. Ao usar a coroa em pessoas negras, como escritores, músicos ou atletas, Basquiat elevava essas pessoas historicamente à uma imagem de prestígio, de realeza e santidade.

Dispensador de Pez (1984)

Nesta obra, o artista fez uma uma referência aos doces Pez, uma marca popular nos Estados Unidos. Seu sucesso se devia às embalagens de plástico com formas de bichos e personagens de filmes de animação. A figura em questão usa uma coroa, que pode ser interpretada como um símbolo da luta de classes. Desta forma, trata-se de uma crítica à sociedade de consumo e à opressão financeira das classes desfavorecidas.

 

Coroas (Peso Líquido) – (1981)

Como já foi dito, na obra de Basquiat a coroa de três pontas é um elemento que se repete incontáveis vezes. Normalmente, símbolo de poder e riqueza, ligada à realeza branca, ela ganha outra conotação nas suas pinturas e pode ser entendida como um sinal de autoridade ou valor artístico.

O Fim da vida de Basquiat

Nos últimos meses de sua vida, Basquiat ficou totalmente recluso e introspectivo. Especula-se que o uso continuado de drogas tenha sido uma forma de lidar com a morte de seu grande amigo Andy Warhol, em fevereiro de 1987.

Apesar das tentativas de permanecer sóbrio, Basquiat morreu de overdose de heroína, aos 27 anos, em Manhattan, em 12 de agosto de 1988. Ele foi encontrado inconsciente em seu quarto por sua namorada, foi levado para o Centro Médico Cabrini, onde foi declarado morto logo na chegada.

Documentários

O pintor Julian Schnabel fez sua estreia na direção com a cinebiografia “Basquiat”, de 1996, estrelada por Jeffrey Wright como Basquiat e David Bowie como Andy Warhol.

Em 2010, Tamra Davis dirigiu o documentário “Jean-Michel Basquiat: The Radiant Child”, que teve sua estreia no Sundance Film Festival Sara Driver.

Em 2017, Sara Driver dirigiu o documentário “Boom for Real: The Late Teenage Years of Jean-Michel Basquiat”, que estreou no Festival Internacional de Cinema de Toronto.

Em 2018, a PBS exibiu o documentário “Basquiat: Rage to Riches”que fazia parte da série “American Masters”.

Curiosidades sobre Basquiat

  • Basquiat namorou a Madonna, em 1982, quando ainda não eram famosos.
  • O artista produziu um disco de rap chamado “Beat Bop”, em 1983, e desenhou a capa do disco.
  • Ele gastava muito dinheiro com vinhos caros, hoteis luxuosos e ternos Armani, nos quais ele pintava com sua arte de forma irreverente.
  • Basquiat não tinha conta em bancos. Escondia o dinheiro nos livros, entre as almofadas do sofá e sob os tapetes do seu apartamento.
  • Basquiat adorava aparecer na mídia. Apareceu pela primeira vez no programa de televisão de Glenn O’Brien, em 1979, com a cabeça raspada. Ele gostou tanto da experiência que sua presença na mídia passou a ser constante.

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